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Adolescência no Autismo: Desafios e o Apoio da ABA





A adolescência é, por si só, uma fase marcada por profundas mudanças físicas, emocionais e sociais. Para jovens com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), este período pode apresentar desafios adicionais que requerem uma abordagem estruturada, empática e especializada. A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) surge como uma ferramenta poderosa para apoiar esta transição e promover a autonomia e qualidade de vida do adolescente e da sua família.


Desafios Comuns na Adolescência com Autismo


  1. Mudanças hormonais e emocionais

    • A regulação emocional torna-se mais exigente.

    • Maior vulnerabilidade a ansiedade, frustração e crises.


  2. Expectativas sociais crescentes

    • O grupo de pares torna-se central, mas muitos adolescentes com autismo enfrentam dificuldades em interpretar regras sociais implícitas, sarcasmo ou linguagem corporal.


  3. Autonomia e responsabilidade

    • São exigidas competências como gerir horários, estudar sozinho, ou circular na comunidade.

    • Podem surgir resistências à mudança ou à introdução de novas rotinas.


  4. Identidade e autoimagem

    • Questões como "quem sou eu?" ou "porque sou diferente?" tornam-se mais presentes.

    • A autoestima pode ser afetada por experiências de rejeição ou incompreensão.


  5. Temas sensíveis: sexualidade e privacidade

    • É fundamental abordar estes temas com clareza, sem tabus, mas com adaptação à maturidade cognitiva e emocional do jovem.


Como a ABA pode ajudar nesta fase


A intervenção ABA, quando bem adaptada ao perfil e à idade do adolescente, pode fazer uma enorme diferença no desenvolvimento de competências relevantes para esta etapa da vida. Entre as áreas de intervenção mais comuns estão:


1. Regulação emocional e comportamental

  • Ensinar estratégias de autorregulação, resolução de problemas e alternativas ao comportamento disruptivo.

  • Uso de ferramentas como scripts visuais, autoinstruções ou reforço diferencial.


2. Competências sociais

  • Treino de interações com pares, reconhecimento de emoções, interpretação de sinais não verbais.

  • Role-play, modelagem e reforço positivo são algumas das estratégias utilizadas.


3. Promoção da autonomia

  • Treino de competências funcionais: transporte, gestão de dinheiro, tarefas domésticas, higiene pessoal.

  • Planos individualizados e generalização para contextos naturais (domicílio, comunidade, escola).


4. Preparação para a vida adulta

  • Transição para o mercado de trabalho (soft skills, entrevistas, pontualidade).

  • Identificação de interesses e planeamento vocacional.


5. Educação sexual e segurança

  • Definição de limites apropriados, privacidade, consentimento e prevenção de abusos.

  • Utilização de linguagem clara, direta e adequada ao nível de compreensão do jovem.


O papel da família e da equipa técnica


A colaboração entre terapeutas, família e, quando possível, o próprio adolescente é essencial. O plano de intervenção deve ser:


  • Centrado nos interesses e objetivos do jovem;

  • Sensível às suas necessidades emocionais;

  • Flexível, mas orientado por dados e objetivos mensuráveis.


A adolescência é um momento desafiante, mas também uma grande oportunidade para capacitar o jovem e reforçar o seu sentimento de competência e pertença. Com o suporte certo, é possível promover mudanças duradouras e positivas que o acompanharão ao longo da vida.


Se és pai, mãe, cuidador ou profissional e tens dúvidas sobre como apoiar um adolescente com autismo nesta fase, estamos disponíveis para ajudar. A nossa equipa pode construir contigo um plano individualizado, respeitador e eficaz.

 
 
 

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