As terapias não seguem o calendário escolar: porque não deve interromper o acompanhamento do seu filho durante o verão
- Cátia Soares
- 2 de jul.
- 2 min de leitura

Estamos a entrar na pausa letiva de verão, um período longo que, em Portugal, pode ultrapassar os dois meses e meio. É natural que as famílias procurem descanso, férias e rotinas mais leves nesta altura do ano. No entanto, é importante relembrar que as terapias não seguem o calendário escolar.
Ao contrário das aulas, o acompanhamento terapêutico é um processo contínuo e estruturado que visa estimular competências, consolidar aprendizagens e promover desenvolvimento ao longo de todo o ano. Uma interrupção prolongada pode ter impactos significativos no progresso da criança, sobretudo em casos de:
Atraso de desenvolvimento (motor, linguístico ou cognitivo)
Perturbações da comunicação
Perturbações do neurodesenvolvimento, como Perturbação do Espectro do Autismo ou Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção
Dificuldades emocionais ou comportamentais
Quais os riscos de uma pausa prolongada na terapia?
✔️ Regressão de competências adquiridas
Muitos progressos obtidos ao longo do ano resultam da consistência e da repetição orientada por profissionais. Uma pausa longa pode levar ao esquecimento de aprendizagens já consolidadas.
✔️ Maior dificuldade na readaptação
Ao regressar após quase três meses sem intervenção, a criança pode sentir frustração, resistência ou ansiedade, dificultando o retomar do trabalho terapêutico.
✔️ Perda de motivação
A rutura prolongada na rotina de terapia pode diminuir o envolvimento e a motivação da criança, obrigando a um recomeço mais lento no regresso.
✔️ Impacto no planeamento dos objetivos terapêuticos
Os planos de intervenção são traçados com metas específicas e prazos definidos. As interrupções longas obrigam a reajustes constantes, atrasando os resultados.
As terapias podem (e devem) fazer parte do verão
É essencial que as famílias compreendam que a terapia não é como a escola – não se limita ao calendário letivo. O verão pode, aliás, ser um período excelente para potenciar progressos, já que há menos carga escolar, menos cansaço diário e mais disponibilidade emocional para a criança se envolver na terapia de forma tranquila.
Naturalmente, há espaço para férias em família e descanso, mas procure sempre manter alguma regularidade no acompanhamento terapêutico. Esta continuidade pode ser organizada de forma flexível, conciliando sessões com momentos de lazer e viagens, para que o desenvolvimento do seu filho não seja comprometido.
Em resumo
O verão é para brincar, descansar e criar memórias felizes. Mas não deve ser uma pausa para o desenvolvimento. As terapias são um investimento no futuro do seu filho, e a consistência é o que faz toda a diferença no processo.
Caso precise de reajustar horários ou planear as sessões de verão, fale connosco. Estamos aqui para apoiar o crescimento e evolução do seu filho em qualquer época do ano.
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