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PHDA: o que é e como a ABA pode ajudar



A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por níveis clinicamente significativos de desatenção, impulsividade e/ou hiperatividade, que interferem no funcionamento adaptativo em múltiplos contextos (escola, casa, trabalho e interações sociais). Esta perturbação apresenta início precoce, frequentemente antes dos 12 anos, e manifesta-se com diferentes graus de intensidade ao longo do desenvolvimento.


De acordo com o DSM-5-TR, a PHDA subdivide-se em três apresentações:

  1. Predominantemente desatenta – dificuldade em manter atenção em tarefas, organizar atividades e seguir instruções detalhadas.

  2. Predominantemente hiperativa-impulsiva – inquietação motora, dificuldade em permanecer sentado, falar excessivamente, interromper ou invadir o espaço dos outros.

  3. Apresentação combinada – reúne sintomas significativos de desatenção e hiperatividade-impulsividade.


Intervenção baseada na Análise Comportamental Aplicada (ABA)


A Análise Comportamental Aplicada (ABA) é uma ciência baseada em princípios do comportamento que visa melhorar repertórios socialmente relevantes através de intervenções sistemáticas e individualizadas. Embora seja mais conhecida pelo seu impacto na intervenção em Perturbações do Espectro do Autismo (PEA), a ABA oferece estratégias validadas empiricamente para apoiar indivíduos com PHDA.


Como a ABA pode ajudar pessoas com PHDA?


  1. Análise funcional do comportamento

    Identificação das funções dos comportamentos disruptivos ou de fuga (por exemplo, evitar tarefas difíceis) para planear intervenções eficazes.

  2. Ensino de competências de autorregulação

    Desenvolvimento de programas que ensinem autocontrolo, gestão do tempo, planeamento de tarefas e organização.

  3. Procedimentos de reforço diferencial

    Aumento de comportamentos desejáveis (por exemplo, permanecer na tarefa, pedir ajuda adequadamente) e redução de comportamentos incompatíveis ou inapropriados.

  4. Treino em discriminação de estímulos

    Promoção da capacidade de discriminar instruções relevantes e ignorar distrações irrelevantes no ambiente de aprendizagem.

  5. Estratégias de autocontrolo e auto-monitorização

    Intervenções que ensinam a criança ou jovem a monitorizar o próprio comportamento e a aplicar estratégias para gerir impulsividade ou desatenção.

  6. Manipulação de antecedentes

    Adaptação do ambiente para reduzir distrações, clarificar instruções e facilitar o cumprimento de tarefas.

  7. Intervenções em contextos naturais

    Generalização dos comportamentos-alvo para diferentes ambientes, garantindo eficácia ecológica.


Conclusão

A PHDA impacta significativamente a vida académica, profissional e social do indivíduo. As intervenções baseadas na Análise Comportamental Aplicada, fundamentadas em dados e na análise funcional, oferecem estratégias eficazes para desenvolver competências de autorregulação, organização, autocontrolo e gestão comportamental. É essencial que o planeamento seja individualizado, conduzido por profissionais certificados ou supervisionados por Analistas Comportamentais, garantindo intervenções éticas, eficazes e baseadas em evidência científica.

 
 
 

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